sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Na Ordem Direta

A vida é assim quem quiser goste de mim
O Rio é assim quem quiser viva em mim
O palhaco é assim quem quiser ria ante mim
O colecionador é assim quem quiser empalhe-se por mim
O preguicoso é assim quem quiser colecione para mim
A cama é assim quem quiser espreguice-se trás mim
O morto é assim quem quiser acame-se após mim
O Governo é assim quem quiser morra contra mim
O Povo é assim quem quiser governe segundo mim
A terra é assim quem quiser povoe sobre mim
A lápide é assim quem quiser enterre-se sob mim
A pedra é assim quem quiser dilapide a mim
O olhar é assim quem quiser petrifique-se perante mim
A atencão é assim quem quiser olhe sem mim
A estréia é assim quem quiser atente desde mim
O ator é assim quem quiser estreie comigo
O final é assim quem quiser atue até mim
A vagina é assim quem quiser finalize entre mim

Uma Bandeira Mais

Defendo os clichês como a mim próprio
Como um pai defende a cria
Defendo o direito de botar-lhes no mundo dos blogs e crônicas não registradas
Não acho injusto entupir olhos alheios com minha reciclagem

Meu reclame não é de vaidade, nem nada demais
É que sem um clichê não sei me dizer nem me mostrar
Pois sou eu também uma reciclagem da cultura e dos genes de meus pais
Sou um elo na correia reprodutiva e alimentar
De clichês
Sou um pombo no correio poético a cagar
Meus Clichês