O choro e o riso são definitivamente expressões distintas. Mas ambos envolvem contração dos músculos da face, ambos são capazes de tirar o fôlego, ambos podem acontecer em momentos de nervosismo e em momentos de alegria e de tristeza.
Estou muito empolgado com minha ida ao Brasil, penso o tempo todo no que vou fazer por aí. Contudo sei que a partida de volta para Golden vai ser dura. Sei que no sábado quando eu estiver voltando vai dar um aperto no coração.
Ao mesmo tempo, essa ida faz eu me dar conta de como eu me habituei à minha vida aqui. Tenho consciência que de fato expandi minhas fronteiras. Continuo enxergando o Brasil como minha casa, continua muito natural para mim falar que a casa dos meus pais é minha casa. Mas além disso, agora também é muito natural para mim chamar Golden de minha casa. Sinto-me tão bem por aqui que este território agora é meu. Não tenho mais preocupações exageradas com minha conduta aqui devido ao fato de eu não ser cidadão americano. Sinto-me confortável para ultrapassar o limite de 30 mi/h na Washington como fazem todos os cidadãos locais. Quando as pessoas escutam meu sotaque e perguntam de onde eu sou tenho vontade de dizer "do que você está falando?". Então, vem essa viagem e eu estranho ter que passar 12 horas em um avião para ir da minha casa à minha casa. Nunca atravessei um corredor tão grande para chegar da sala à cozinha. Essa é uma sensação que eu já tinha sentido quando morei em Sampa, mas de forma menos arraigada. É uma sensação que não podemos sentir quando viajamos de férias, porque de férias podemos conhecer um pouco do lugar mas não nos sentimos pertencendo a ele.
Nesse interlúdio goldenite vou chorar e sorrir, tanto por alegria quanto por tristeza nos dois casos. A alegria e a tristeza são sintomas de um mesmo bem que acontece dentro de nós: o estiramento de nosso perímetro pessoal.
See ya!
segunda-feira, 8 de março de 2010
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